1P, 2P, 3P e 4P: Esses termos definem modelos distintos de relacionamento comercial e operacional entre marcas, canais de venda e operadores logísticos. Compreender essas estruturas é essencial para tomar decisões estratégicas com impacto direto em estoque, precificação, nível de serviço, experiência do cliente e governança da operação.
Cada modelo estabelece níveis específicos de responsabilidade e controle, e influencia diretamente a forma como sua empresa se posiciona no mercado — seja em uma estratégia D2C (Direct-to-Consumer), em operações omnichannel, em marketplaces ou na construção de um supply chain mais eficiente e escalável.
Se seu objetivo é escalar com inteligência, eficiência e visão estratégica, esse conteúdo vai te ajudar a identificar o modelo mais adequado para o seu negócio.
Neste guia, exploramos os quatro modelos com profundidade: 1P (First Party), 2P (Second Party), 3P (Third Party) e 4P (Fourth Party). Você vai entender como cada estrutura funciona, quais são suas responsabilidades logísticas, vantagens, desvantagens e exemplos reais de aplicação no mercado.
1P, 2P, 3P e 4P: Definição, responsabilidades, vantagens, desvantagens e exemplos
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Modelo 1P – First Party
O marketplace ou varejista compra os produtos diretamente do fornecedor (fabricante ou marca) e os revende em seu próprio nome. A operação é inteiramente controlada pelo canal, que se responsabiliza por toda a jornada da venda.
Responsabilidades:
- O estoque pertence ao canal de venda (ex: Amazon, Magalu, Carrefour).
- A precificação é definida pelo canal, que atua como revendedor.
- Toda a logística — armazenagem, separação, envio e atendimento — fica sob responsabilidade do canal ou de operadores contratados por ele.
Vantagens:
- Controle total da experiência do consumidor pelo canal.
- Operação previsível para o fornecedor, que vende em volume.
- Padronização dos níveis de serviço logístico.
Desvantagens:
- O fornecedor tem pouco ou nenhum controle sobre a apresentação, precificação e posicionamento da sua marca.
- Pode haver erosão de margem devido às exigências comerciais do canal.
- Dependência da estratégia do varejista.
Exemplo prático: Produtos com o selo “Vendido e entregue por Amazon” operam sob o modelo 1P. A Amazon compra diretamente do fornecedor, estoca e vende em nome próprio.
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Modelo 2P – Second Party
O modelo 2P é menos frequente e muitas vezes mal interpretado, mas tecnicamente refere-se a uma operação híbrida, onde o fornecedor entrega os produtos ao canal, mantendo certo grau de controle ou parceria estratégica. São comuns acordos de exclusividade, trade marketing ou co-branding.
Responsabilidades:
- O estoque pode ser do canal ou compartilhado, conforme contrato.
- A entrega pode ser feita pelo seller ou pelo canal, dependendo do nível de integração.
- Há colaboração em ações promocionais, campanhas e visibilidade.
Vantagens:
- O fornecedor mantém alguma influência sobre a exposição e execução da marca.
- Permite ações de marketing cooperadas, dados compartilhados e relacionamento de longo prazo.
- Útil em operações B2B, com foco em canais específicos ou distribuidores.
Desvantagens:
- O modelo exige negociação minuciosa, com contratos bem definidos.
- Menor clareza de atribuições logísticas, exigindo forte alinhamento entre as partes.
- Possível perda de governança em operações multicanais.
Exemplo prático: Uma marca que fornece exclusivamente para um grande varejista com visibilidade garantida e campanhas compartilhadas — mas sem operar diretamente a logística ou a vitrine.
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Modelo 3P – Third Party
O vendedor (seller) utiliza o marketplace como plataforma de intermediação, mas é responsável por toda a operação: venda, estoque, entrega e atendimento. O canal atua apenas como vitrine digital e processador de pagamento.
Responsabilidades:
- O estoque é mantido pelo seller.
- A logística pode ser feita pelo próprio seller ou por operadores parceiros.
- O canal pode oferecer serviços de fulfillment (como FBA – Fulfillment by Amazon), em que o seller terceiriza parte da operação.
Vantagens:
- Total controle do seller sobre mix de produtos, preços e branding.
- Possibilidade de margens maiores por eliminar intermediários.
- Flexibilidade e agilidade para testar produtos e expandir mercados.
Desvantagens:
- Elevada responsabilidade operacional (entrega, SLA, SAC).
- Riscos reputacionais em marketplaces com critérios rigorosos de avaliação.
- Necessidade de estrutura tecnológica e logística própria ou terceirizada.
Exemplo prático: Um produto listado na Amazon como “Vendido e entregue por Loja XYZ” representa o modelo 3P. O marketplace apenas conecta comprador e vendedor.
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Modelo 4P – Fourth Party Logistics
Integração estratégica da cadeia com inteligência e orquestração.
O modelo 4PL (Fourth Party Logistics) representa o nível mais estratégico de terceirização logística. Trata-se de um operador que não possui ativos próprios (CDs, frota, etc.), mas atua como gestor da cadeia logística como um todo, coordenando múltiplos operadores (3PLs).
A 4PL funciona como consultora e integradora, sendo responsável pelo planejamento, execução e otimização da operação.
Responsabilidades:
- Não realiza a operação física, mas orquestra os players envolvidos (armazenagem, transporte, tecnologia).
- Gere KPIs, contratos, sistemas (WMS, TMS), SLAs e dashboards operacionais.
- Atua de forma neutra, orientada a dados, e com foco em eficiência logística e governança da operação.
Vantagens:
- Visão estratégica da cadeia, com foco em eficiência, integração e escalabilidade.
- Permite que a marca foque no core do negócio, delegando a operação.
- Ideal para indústrias e marcas que operam múltiplos canais e players logísticos.
Desvantagens:
- Requer alto grau de maturidade sistêmica e colaboração entre as partes.
- Necessita investimento em integração de sistemas e governança.
- Processos mais complexos e estruturados.
Exemplo prático: Uma indústria nacional contrata uma empresa 4PL (como Accenture, DHL Supply Chain, ou a Selia Fullcommerce) para gerenciar todos os operadores de transporte, armazenagem, tecnologia e KPIs — sem atuar diretamente na operação física.
Comparativo Geral dos Modelos
Modelo | Estoque | Venda em | Logística feita | Papel na Cadeia |
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1P | Marketplace | Marketplace | Marketplace ou parceiro | Varejista compra e revende |
2P | Compartilhado/ Varejista | Varejista ou marca | Compartilhada/ acordada | Parceria comercial com influência de marca |
3P | Seller | Seller | Seller ou parceiro (Fulfillment) | Marketplace é vitrine, Seller opera |
4P | Variável | Variável | 3PLs sob gestão de um integrador | Integrador logístico que orquestra toda a operação, sem ativos próprios |
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Qual o modelo ideal para o seu negócio?
Não existe um modelo universalmente superior entre 1P, 2P, 3P ou 4P — cada estrutura atende a diferentes estágios de maturidade, ambições comerciais e complexidade operacional de um negócio. A chave está em compreender profundamente os objetivos estratégicos da sua empresa e como cada modelo pode alavancar:
- Margens mais saudáveis e sustentáveis;
- Eficiência operacional e escalabilidade;
- Experiência superior para o consumidor final;
- Posicionamento competitivo no canal certo;
- Integração entre áreas comerciais, tecnológicas e logísticas.
Avaliar o modelo logístico ideal exige uma análise multidisciplinar, que combine dados, visão de mercado, estrutura atual e projeções de crescimento. Negócios que adotam o modelo certo — ou uma combinação híbrida bem gerida — são mais ágeis, resilientes e preparados para crescer com consistência e inteligência.
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Artigo por Ângelo Vicente, CEO da SELIA Fullcommerce.
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